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terça-feira, 24 de agosto de 2010

Semanário "O Angolense" não Foi Publicado

Regime controla e censura a Imprensa

 Maputo (Canalmoz) - O semanário "O Angolense" recentemente vendido não se publicou sábado devido a desacordos entre os novos proprietários e os jornalistas. Está ausente das bancas. Não se sabe por quanto tempo mais.
Na base desta situação estão os desentendimentos entre patrões e jornalistas no que toca a liberdade editorial.
Os novos patrões querem uma face diferente da que tinha a publicação, os profissionais não têm concordado com viragens radicais e exigem o cumprimento do que teria ficado definido no decurso das negociações que culminaram com a compra do título, revelou a Voz da América.
Ao contrário da manutenção dos pilares editoriais, mudanças têm estado a ocorrer mais depressa do que era previsto. O compromisso de manter a linha editorial havia sido assumido pela "Midia Investe S A" em comunicado que fez publicar logo a seguir à compra, perante as intranquilidades que suscitou na altura.
Fala-se hoje de censura. No caso mais recente o texto de um dos colunistas não foi publicado e não houve explicações à direcção do semanário sobre as razões que determinaram a decisão.
No sábado de manhã os habituais leitores ainda não sabiam da crise e procuravam nas ruas a edição.
Também os distribuidores se revelavam surpreendidos. Arão um destes vendedores citados pela Voz da América (VOA) afirma com convicção a posição de liderança do jornal o que explica, segundo diz, a procura que se verifica.
A passagem para novos proprietários da "Capital" e do "Angolense" significou a capitulação dos jornalistas, ante a pressão do poder político, disse um dos entrevistados pela VOA a propósito deste momento que atravessa a comunicação social no país.
O Semanário Angolense, geralmente muito crítico do regime não publicou a sua edição nº 381 como é habitual ao sábado.
Trata-se de incumprimentos nas obrigações sociais e até salariais por parte do patronato, e em resultado da censura que se instalou na redacção, um pesado ambiente de trabalho no jornal, teriam segundo elementos a que a VOA teve acesso, contribuído para a decisão tomada pelo director Severino Carlos, de suspender o exercício da função que ocupa. Esta posição de acordo com as mesmas fontes, colheu a solidariedade do director-adjunto Silva Kandembo.
Tanto um como outro acumulam funções de editores, de política e desporto respectivamente. A ausência destes, tornou inviável o fecho da edição desta semana da publicação privada, até recentemente a mais procurada da praça.
Para cobrir a lacuna e de certo modo disfarçar "a crise no semanário", como designou um dos responsáveis contactado pela Voz da América, que pediu para não ser identificado, foi chamado Salas Neto, editor de sociedade e de cultura.
Já no último número que veio às bancas na semana passada, foi notória a ausência da assinatura do editorial, geralmente atribuída ao director. "Carta ao Leitor" como é designada a coluna, foi pois lida sob assinatura colectiva da Direcção.
A VOA contactou Salas Neto que, na qualidade de director interino, confirmou a não saída do jornal, mas escusou-se avançar pormenores em torno das verdadeiras razões.
Mesmo assim informações avançadas dão conta do prosseguimento dos contactos entre os demissionários directores e os patrões afectos da "Media Investe, S. A.", a empresa que há 4 meses sensivelmente, efectuou a operação de compra simultânea de dois títulos, O Angolense e a Capital, o que foi encarado por observadores locais como visando controlar e manipular a imprensa.
Apesar da lei de imprensa proibir o monopólio que ponha em causa a isenção e o pluralismo da informação em vista de uma sã concorrência, continuam desconhecidos os accionistas da empresa, refere a VOA.
Só a título de exemplo, diz o número 1) do Artigo 26 do diploma que regula a Imprensa, que "As acções das empresas de comunicação social que assumam a forma de sociedade anónima têm de ser todas nominativas".
O número 2) do referido Artigo é conclusivo, " A relação dos detentores de participações sociais nas empresas de comunicação social, a sua discriminação, bem como a indicação das publicações que àqueles pertençam, ou a outras entidades com os quais mantenham uma relação de grupo, devem ser remetidas ao Conselho Nacional de Comunicação Social para efeitos do respeito pela liberdade de concorrência".
Um apelo neste sentido feito pelo CNCS e tornado público em comunicado, não procedeu até agora.
Refere a VOA que não foi possível obter uma reacção pública da parte dos administradores que segundo se diz também estarão já a diligenciar para que novos editores sejam encontrados no mercado. (Redacção / Voz da América)

2010-08-23 06:47:00

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(MiradourOnline)

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