Maputo (Canalmoz) – A governadora da cidade de Maputo, Lucília Hama, diz que está insatisfeita com as fracas contribuições e preocupações levantadas pelos funcionários públicos nos encontros que vêm mantendo com eles, com o objectivo de se inteirar do que se passa nos vários sectores da Função Pública.
A governante manteve ontem, em Maputo, um encontro com 500 funcionários e agentes do Estado para examinar o andamento das actividades e o desempenho dos funcionários na Função Pública.
Os funcionários não apresentaram os verdadeiros problemas que Lucília Hama esperava ouvir. Por conseguinte, ela concluiu que os servidores do Estado, com quem dialogou, estavam instrumentalizados pelos seus superiores hierárquicos para não revelarem o que realmente se passa nos sectores onde labutam.
Pelo contrário, na óptica da governadora, eles estiveram mais aptos para falarem bem das suas instituições. E mais: desse encontro Hama esperava também receber algumas críticas sobre os vários problemas que enfermam a urbe, mas nem tal aconteceu de forma a satisfazer as suas expectativas.
Lucília Hama apelou aos funcionários a apresentarem observações em relação aos serviços prestados na Função Pública, a nível da cidade de Maputo, de modo a que, em conjunto, encontrem maneiras de ultrapassar quaisquer problemas existentes.
"O melhoramento da nossa maneira de chefiar, governar e consequentemente dos nossos serviços, depende das vossas críticas. Não devem ficar de bocas caladas, mesmo que os vossos superiores hierárquicos vos ameacem e obriguem-vos a falar bem das vossas instituições, enquanto houver, de facto, algo que vos preocupe, queixem-se. Só assim nós venceremos as dificuldades e melhoraremos os serviços na Função Pública", apelou Lucília Hama.
Lucília Hama "arranca" queixas
Dos 500 funcionários presentes no encontro, alguns ficaram destemidos após os apelos da governadora da cidade de Maputo para 'botarem a boca no trombone'. Os que pertencem à educação, por exemplo, queixaram-se de falta de contratos de trabalho e de prosseguimento de seus estudos, alegadamente porque são ocupados, a tempo inteiro, pela Educação. "Faltam igualmente promoções nas carreiras", queixaram-se.
No mesmo encontro foram premiados mais de uma centena de funcionários de vários sectores que se destacaram nas suas actividades. (António Frades)
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