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VOA News: África

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Dhlakama sai em defesa de Daviz Simango

Por Nelson Carvalho, em Nampula

O líder da Renamo, o maior partido da oposição, Afonso Dhlakama, quebrou um longo silêncio e pronunciou-se à volta da crise instalada entre o Conselho Municipal da Cidade da Beira (CMCB), partido Frelimo e o controverso Tribunal Judicial de Sofala. Dhlakama apelida a atitude da Frelimo e do Tribunal de maquiavélica e imprópria de um Estado de Direito. Entende o líder da oposição que a Frelimo pretende minar o desenvolvimento da Beira, num esforço para penalizar os eleitores por sistematicamente o chumbarem nas urnas.

A crise que paralisou literalmente Beira na última semana girava em torno de 17 edifícios municipais que a Frelimo reivindica serem seus. Porém, tais edifícios foram sempre usados pelo Município da Beira para desenvolver a prestação de serviços municipais nos diferentes bairros da autar­quia, mesmo na altura em que a Frelimo estava no poder na sempre conturbada autarquia. A Frelimo "ga­nhou" Beira nas primeiras eleições autárquicas em 1998, num sufrágio eleitoral em que concorreu sozinha. Nas duas eleições seguintes, 2003 e 2008, saiu derrotada.

A actual situação na cidade da Beira é descrita como calma, depois do Conselho Municipal da Beira, o Tribunal e a Frelimo terem chegado a um entendimento para a constituição de uma equipa de peritagem. Os partidários de Simango e do MDM que se encontravam nas ruas para travar a exe­cução da sentença do Tri­bunal estão calmos e re­colhe­ram às suas casas. Mas não afastam a possibilidade de voltarem aos protestos caso o tribunal volte a carga.

Penalizar a Beira

Falando a partir da sua residência, na cidade de Nampula, Afonso Dhlakama disse ao SAVANA que, ao embarcar nesta empreitada o partido no poder tem único objectivo de desestabilizar o franco desenvolvimento que se verifica na cidade da Beira nos últimos seis anos.

Apesar dos problemas que no passado dividiram Simango e Dhlakama, o líder da oposição teceu rasgados elogios ao desempenho do presidente do MDM na Beira.

Dhlakama lamenta a ati­tude da Frelimo, que na sua óptica se assemelha a de um ser irracional. Fez notar que a Frelimo está a manchar a imagem do país, além de fazer regredir a vida dos citadinos da capital provincial de Sofala. É que estes edifícios foram sempre usa­dos pelo Município da Beira para desenvolver a prestação de serviços municipais nos diferentes bairros da autar­quia. Simango já disse que caso o Município da Beira perca estes edifícios haverá um forte impacto financeiro negativo nas contas da autarquia.

"Para mim a cidade da Beira é a melhor de todas cidades moçambicanas nes­te momento, quer em termos de desenvolvimento muni­cipal quer em termos de gestão e isso incomoda a Frelimo", disse Dhlakama sistematicamente acusado de gerir a Renamo recor­rendo a métodos autocrá­ticos.

O líder da Renamo apela aos munícipes da Beira a arregaçar as mangas e lutar até as últimas consequências com vista a evitar que a Frelimo cometa mais ilegali­dade.

A uma pergunta sobre se não estava a contradizer-se ao elogiar Daviz Simango, enquanto foi o principal responsável pela saída do edil da Beira da Renamo, Dhlakama foi cauteloso.

"Não estou a defender Da­viz, como tal, mas sim a lei".

O líder do maior partido da oposição entende que as questões internas e do fórum partidário não podem se sobrepor aos assuntos de interesse nacional.

"Daviz Simango provou com todo tipo de documentos que os imóveis são do município e não da Frelimo. Eu como moçambicano te­nho que defender o que é do interesse nacional", disse.

Hermenegildo Jone é um lambe-botas e Gilberto Correia manchou a sua carreira 

Para o líder da perdiz, o comportamento do juiz Pre­sidente do Tribunal Judicial da Província de Sofala, Hermenegildo Jone, é pró­prio de um moleque am­bicioso.

"Está claro que Her­menegildo Jone quis agradar a Frelimo. Os documentos provam que os edifícios são do município e o tribunal perdeu uma oportunidade de fazer história", comentou Dhlakama no seu Quartel-general em Nampula.

O líder da Renamo lançou também duras críticas a alguns órgãos de Comu­nicação Social, sobretudo os do sector público. Acusa-os de desinformarem os leitores a cerca do polémico assunto da Beira.

Diz que está frustrado com que ouve, vê e lê nalguns órgãos de co­mu­nicação social, que, segundo eles, não reflectem a real situação do problema que está a acontecer na segunda autarquia mais importante de Moçambique.

 "A comunicação social é importante na formação e informação da sociedade, já quando aparecem alguns órgãos a ocultar ou viciar informações estão con­taminar a sociedade. Isso é muito mau num Estado de­mocrático", lamentou.

SAVANA – 30.07.2010

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(MiradourOnline)

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