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VOA News: África

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Dhlakama admite que se perde estas regiões “adeus Renamo”

Renamo reúne de emergência as regiões centro e norte  

Afonso Dhlakama, líder do partido Renamo, falando em exclusivo ao Canalmoz, disse que se trata de “uma reunião estratégica para manter a hegemonia da Renamo nas províncias que estão a fazer sobreviver o partido”

“De maneira nenhuma poderei esquecer o Sul porque faz parte de Moçambique e de lá queremos alguns votos, mas se perdemos o Centro e o Norte a Renamo desaparece mesmo que ganhemos todo o sul a 100%. Se nos roubarem a 100% nas regiões Centro e Norte, adeus Renamo”, esclareceu o líder da “perdiz”.

Nampula (Nampula) - O partido Renamo reúne de emergência, a partir desta quinta-feira, na cidade de Nampula, delegados e quadros seniores das regiões centro e norte do país, com vista a salvaguardar a hegemonia e popularidade nas sete províncias que concorrem, como alega o líder, para a sua sobrevivência.
Afonso Dhlakama, a propósito, falou ao Canalmoz e disse que para além de dados quadros do partido tomarão parte da reunião os presidentes das Ligas da Juventude e da Mulher.

“Vai ser uma reunião estratégica para definir os momentos próximos que o país vai viver”, começou por dizer Dhlakama. “Estou convencido que a mudança neste país está para breve, porque em pouco tempo esta é a terceira reunião que Nampula acolhe”.
Perguntámos ao presidente da Renamo se o facto de estar a reunir os quadros constantemente e a anunciar situações que nunca acontecem não estará a pôr em causa a imagem do próprio partido que dirige, afirmou: “tudo precisa de uma preparação e agora vamos virar as atenções para salvar as sete províncias que garantem a sobrevivência da Renamo”.
Em tempos passados o líder da Renamo e o deputado Manuel Pereira, de Sofala, chegaram a anunciar a intenção da Renano promover a separação do centro e norte do sul de Moçambique, em protesto contra as fraudes eleitorais. Perguntámos-lhe, por isso, se a reunião de emergência em que só participarão quadros das duas regiões consideradas bastiões da Renamo poderia suscitar a efectivação de pronunciamentos passados. Dhlakama descartou a possibilidade, mas foi dizendo que “não podemos esquecer que estas duas regiões são mais da metade de Moçambique e, por natureza, são maiores do que a região sul”.

É no Norte e no Centro onde sempre há fraudes eleitorais

Dhlakama acrescentou que “devemos salvar as sete províncias das falcatruas da Frelimo, pois é nestas regiões onde sempre se registam fraudes”.
“De maneira nenhuma poderei esquecer o sul porque faz parte de Moçambique e de lá queremos alguns votos, mas se perdemos o centro e o norte a Renamo desaparece mesmo que ganhemos todo o sul a 100%. Se nos roubarem a 100% nas regiões centro e norte, adeus Renamo”, esclareceu o líder da “perdiz”.
O presidente Dhlakama reconhece que “a mira da Frelimo está nestas duas regiões”. “Oor isso a nossa acção não é só de ofensiva política, mas de defensiva política para manter a sobrevivência da Renamo”.
Num outro desenvolvimento, Dhlakama apontou que “a Frelimo quer atacar estas regiões, por isso é preciso prepararmos os nossos homens para defender o que é nosso e não acabarmos por completo”.

Situação da Zambézia e Nampula

Dhlakama refere a outro passo que “a Frelimo está a fazer tudo por tudo para desalojar a Renamo em Nampula e na Zambézia, mas não vai permitir que isso aconteça. Não só por serem bastiões da Renamo, mas por serem as maiores províncias do país. “Nampula sozinha engole o sul”, lembra. Anuncia, entretanto, que “a Renamo deve combater” as pretensões da Frelimo. Refere que Zambézia e Nampula são determinantes para o futuro do país” e “é por isso os recenseamentos em Nampula e Zambézia são sempre uma fantochada”.
“A Frelimo sabe que recenseando bem os eleitores em Nampula e Zambézia podemos ter 150 deputados na Assembleia da República”.
Dhlakama entende que “nenhum partido vence em todos as regiões de um país, por isso nós queremos defender onde nós vencemos. Mesmo o partido do Obama não vence todos os 50 Estados nos EUA” e, “se não fosse a fraude, a Renamo vencia o centro e o norte com maioria absoluta, teria alguns votos no sul, assim como a Frelimo teria alguns votos no centro e norte”.
“A Renamo sabe bem que ganha em Nampula e na Zambézia. Veja que em 1994 tivemos 32 deputados em Nampula e em 1999 tivemos 34 deputados na Zambézia, o que significa que são regiões da Renamo e vamos manter esta ligação”, observa.
Afonso Dhlakama assegura que não está preocupado. “Não estou preocupado porque o meu eleitorado nunca foi levado pela Frelimo”.

Não podemos continuar a legitimar as falcatruas eleitorais da Frelimo, diz Dhlakama

De tanto falar em eleições durante a entrevista, dando a entender que a Renamo vai participar nos próximos pleitos, questionámos ao presidente da Renamo qual seria a motivação para falar de eleições se já disse que sem um novo pacote de leis eleitoral a Renamo não voltaria a participar em eleições enquanto o mesmo não for revisto. “Quero um pacote eleitoral bom para que haja eleições transparentes. Não podemos continuar a participar em nenhuma eleição falsa para legitimar as falcatruas da Frelimo”.
“Doravante não queremos falcatruas senão não temos  democracia. Precisamos de eleições transparentes neste país”, sublinhou e acrescentou: “não podemos continuar a considerar eleições que não são eleições”.

“Não podemos esperar que a comunidade internacional mude Moçambique”

Para o nosso interlocutor, “a Frelimo pretende prejudicar a Renamo, como partido, e Dhlakama. Não podemos esperar que a comunidade internacional mude Moçambique. Somos nós que devemos mudar as maneiras como as coisas estão a andar no país”.
“Meu amigo, depois da independência de Moçambique ficou como a Frelimo queria, mas foi preciso que a Renamo mudasse as coisas e, agora como Moçambique está assim, vai ser a própria Renamo a mudar as coisas. Veja que ninguém podia rezar e nem circular sem guia de marcha e a Renamo acabou com isso. Quem não fizesse o que a Frelimo queria era levado para ser reeducado para ser um homem novo. Não se podia escrever nos jornais sem antes ser censurado pelo Comité Central. Foi abolido o poder tradicional, mas agora Guebuza ajoelha-se com os régulos, graças ao trabalho da Renamo em 16 anos de guerra”.
“Tudo o que está a acontecer é graças à Frelimo. Os mega-projectos que enriquecem os grandes da Frelimo é fruto da luta dos 16 anos”, disse Dhlakama para depois apelar para que “os jovens não se enganem com propagandas da Frelimo”. (Aunício da Silva)

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