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Logo após a independência, a Frelimo tratou de virar as costas ao poder tradicional, acusando-o amuidemente de ser instrumento do poder colonial e dominador e ou mesmo de alinhar com a “África Livre” (Renamo). Muitos ‘reis’ ou ‘mwenes’ que o país tinha até 1975 foram objectos de humilhações e até obrigados a filiarem-se a causa da Frelimo se quisessem manter as suas chefaturas tradicionais. Fizeram-no alguns e estão coladinhos ao poder, como é o caso do
Rei do Mumemo em
Marracuene nos arredores da Cidade de Maputo que até hoje tem ganhado os frutos da sua aliança. Constatei que o Rei do Mumemo de facto manda quando faleceu um dos seus filhos na vizinha RSA. Foram proibidas todas as actividades produtivas (cultivar) na região por alguns dias no passado mês de janeiro, até que o enterro do mesmo fosse realizado. Os que não o fizeram tiveram destinos apocalípticos como o leitor pode depreender. Aqueles que o fizeram e se distanciaram mais tarde tiveram sortes mais severas ainda. Neste último caso, recordamos do
Rei Veleia do Gurúè - Zambezia, que foi um dos que foi fuzilado a mando da Frelimo no campo do Ferroviário em Quelimane. Tudo isto porque tinha diferenças ideológicas, com o poder da Frelimo. Aqui vai a boa nova que o Rei Veleia que na língua local, o longe, sempre dissera: ‘wiwana orera, onamira ovilaka’ [unidade é coisa boa, mas tem o seu preço (Sic!)]. Porquê o Governo na resgata está figura, do Rei Veleia, pedindo desculpas aos seus filhos, esposa e familiares no geral pelo que se deu dentro daquele espírito marxista-lenenista? Gurúè ficaria muito agradecido!
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