Educação queixa-se de si mesma

Actualmente em uso nas escolas moçambicanas:
Livro de francês não corresponde a realidade

- afirma Cristina Tomo, directora nacional de educação geral

A directora Nacional de Educação Geral, no ministério moçambicano da Educação e Cultura, Cristina Tomo, disse esta segunda-feira, na cidade de Nampula, a norte do país, à margem da abertura do seminário de formação de professores de francês na zona norte, que o livro de francês, actualmente em uso nas escolas moçambicanas, não corresponde na integra a realidade do país. Segundo as suas declarações, "gostariamos que na escolha de novos livros, se observe o contexto histórico, cultural, social, entre outros aspectos do nosso país", podendo “desta maneira traduzir a transversalidade dos temas propostos no programa de ensino”.

Num outro passo, a directora nacional de Educação Geral, apelou aos professores a assumirem a sua posição no processo de ensino e aprendizagem, passando se necessário por se envolverem nos trabalhos de elaboração de manuais de ensino e outros materiais de apoio. Cristina Tomo avançou igualmente que os recentes contactos efectuados com a organização internacional da francofonia, poderão até certo ponto dar um contributo importante na elaboração de novos livros para a aprendizagem nas escolas do país.

Mesmo reconhecendo as dificuldades que os professores enfrentam no seu trabalho, sobretudo as de ordem material, financeira e infra-estrutural, Cristina Tomo, disse aos professores para que unam todas as energias possíveis para alcançar os objectivos do processo de ensino e aprendizagem. "Nas nossas acções (como professores), temos enfrentado inúmeras dificuldades, como as condições físicas das salas de aula, o número excessivo de alunos nas salas e a ineficácia no acesso ao material didáctico, mas é preciso termos a coragem e a força de sabermos ultrapassar estas dificuldades, sem que em algum momento prejudiquemos os nossos alunos" – disse Tomo.

Aliado a estes factos, a mesma interlocutora fez saber que o ministério da Educação e Cultura está a trabalhar afincadamente na estratégia do ensino secundário geral e na reforma curricular e "com efeito, a reforma do ensino secundário geral deve ser uma continuidade da reforma do ensino básico e os programas do ensino primário devem ser complementados no ensino secundário de modo a constituirem uma unidade" – sublinhou a fonte. O referido seminário, cujo término está previsto para o próximo dia 18 do mês em curso, é co-organizado pela Embaixada da França, através da Cooperação Francesa da região Norte do país e pela Universidade Pedagógica, delegação de Nampula.
(Aunício da Silva) Foto: Bissau Digital