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VOA News: África

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Com que meios um professor e sua turma chegam a 100% ou seja nota 20

EPC Kurhula
Quando o governo não investe nas “escolas do povo”
A escola foi construída em 1994, pela igreja Católica, em parceria com uma organização alemã. Desde a sua construção nunca beneficiou de nenhum projecto de melhoramento. O que recebemos do governo é exíguo, mal chega para a compra do giz. As casas de banho estão a ser reabilitadas com a acção dos pais – Gonçalves Cossa, director da EPC Kurhula.

A Escola Primária Completa Kurhula, na cidade de Maputo, é uma evidência de falta de vontade de certos governantes deste país proporcionarem boas condições de formação ao seu povo. É mais uma das várias escolas das ditas “escolas do povo”, que está à beira de desabamento, devido à falta de obras de manutenção. Este ano o «Canal de Moçambique» tratou com pormenor a situação das escolas públicas, que estão em estado de “ruínas”, um pouco por todo o país. A EPC Kurhula é mais um dos muitos casos à espera de intervenção do Estado mas segundo as pessoas que lhe são próximas não se vêem iniciativas de apoio.

Segundo palavras do respectivo director, Gonçalves Cossa, esta escola “foi inaugurada a 18 de Abril de 1994, construída pela igreja Católica, em substituição da escola anexa ao Instituto de Formação de Professores de Maputo, que estava no terreno da igreja”. Cossa falando ao «Canal de Moçambique» acrescenta que “desde então a escola nunca beneficiou de nenhum projecto de reabilitação”.

Hoje a escola apresenta-se em avançado estado de degradação, o murro de vedação desabou, as carteiras, que nunca foram reabilitadas, estão, quase, todas destruídas, e os sanitários estão entupidos e mal cheirosos. O tecto falso do bloco administrativo está a desabar. Até no gabinete do director, o tecto está a cair aos bocados.
Segundo o director da escola, “a comparticipação do governo mal chega para a compra do giz” e, “a escola não possui nenhum fundo para melhorar o aspecto da escola”, que tendem a vir a ser uma ruína.

À semelhança de muitas escolas, retratadas pelo «Canal de Moçambique», ao longo de ano, na Kurhula a comissão de pais e encarregados de educação é que está encarregue de reabilitar e fazer a manutenção da escola, tarefa que se alega deveria por princípio ser da alçada do governo.
Mas “a piorar a situação da escola”, que por acaso tem nome da PAZ (Kurhula significa paz, na língua tsonga), Gonçalves Cossa diz que “nem todos os pais e encarregados de educação aceitam contribuir para a manutenção da escola”. “Muitos não aceitam, alegadamente porque não é sua tarefa contribuir para a reabilitação da escola”, afirmou Cossa ao «Canal de Moçambique». Entretanto, “com a contribuição dos poucos que aderem ao pedido da direcção da escola para ajudar a reabilitar, já estão a ser reabilitados alguns sanitários, que eram um verdadeiro atentado à saúde das crianças”, disse Cossa. Ele acrescenta que “para uma reabilitação de raiz, nada podemos fazer”.

“Estamos condenados a assistir a escola a cair aos bocados”. A segurança é outro problema para Kurhula. “A escola não tem fundos para o pagamento de guardas, e a Direcção da Educação e Cultura da Cidade, (DECC) nunca trouxe ninguém para guarnecer a escola, portanto, a escola apenas tem dois guardas velhos, que por vezes vêm-se obrigados a trabalharem fora do normal, para responder as necessidades de segurança que a escola requer”, disse, lamentando, o director Cossa ao «Canal de Moçambique». “Para o pagamento dos guardas, a escola recorre ao dinheiro cobrado no aluguer da lanchonete e às contribuições dos pais e encarregados de educação”.
Este é agora citado por um dos encarregados de educação como mais um exemplo da “incoerência nos discursos dos nossos políticos, que vezes sem contas evocam no melhoramento da educação para reduzir a dita pobreza absoluta, enquanto na verdade, os verdadeiros filhos do povo continuam a estudar a custa dos seus pais e os filhos dos governantes em luxuosos colégios”.

Para a renovação das matrículas para o próximo ano, aos encarregados de educação da Kurhula, “foram exortados a pagar 50,00 Meticais (1 USD = 26,30 MT) por estudante, para a aquisição de material didáctico para o ano de 2007; pagamento de guardas e reabilitação de casas de banho e de carteiras”, lê-se num comunicado colado nas vitrinas da escola.
Agora questiona-se: é gratuito ou não o ensino primário até a 7ª classe? O governo preconiza isso, mas ao fim do dia os pais para terem o mínimo para os seus filhos têm mesmo de meter algum do seu bolso.
(Borges Nhamirre)
Fonte: Canal de Mozambique
PS: Aqui esta o busilis da questao, como e' que o governo pensa que pode reverter esta situacao que se repete um pouco por todas as escolas peri-urbanas e as rurais? Sera' que e' moralmente etico e profissionalmente recomedavel quye exijamos aos professores nota 20%? Penso que Mozambique ainda esta' aquem dos demais paises da regiao nos niveis de condicoes e escolarizacao bem assim no pagamento dos docentes, urgindo medidas certeiras para nos tirar deste abismo.

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