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VOA News: África

sexta-feira, 9 de março de 2012

Recenseamento em Inhambane acaba mal

Centenas de cidadãos impedidos de se habilitarem devido à morosidade deliberada do processo
Fernando Nhaca, Candidato pelo MDM

Polícia presente dentro dos postos de recenseamento impediu trabalho da imprensa com a cumplicidade do pessoal do STAE e até prendeu jornalistas

Inhambane (Canalmoz) – A actualização do recenseamento eleitoral para as “intercalares” em Inhambane terminou ontem mas ficaram por recensear centenas de cidadãos, sobretudo jovens e mulheres que enchiam as prolongadas bichas que se formaram desde as primeiras horas da manhã. O processo de recenseamento continuou muito moroso mas notava-se em todos os postos por onde passamos, designadamente na EPC 3.0 Congresso e 25 de Setembro, grandes aglomerados que se concentraram desde as primeiras horas da manhã para se habilitarem a votar, mas tiveram que esperar horas a fio sem poderem atingir os seus objectivos.
As pessoas acusavam o STAE de estar premeditadamente a ser lento no recenseamento para impedir que os jovens se recenseassem, mas por isso mesmo insistiam em tentar. Uns iam aos seus afazeres e voltavam mais tarde, outros não arredavam pé.
Durante todo o tempo em que durou o recenseamento houve avarias nos computadores, falta de energia, exigências que não constavam do role de normas da CNE. Esses constrangimentos foram confirmados ao Canalmoz pela directora do STAE na cidade e pelo director do STAE na província de Inhambane.
Toda a gente que foi aceitando esperar por melhor oportunidade, ontem, vendo que era o último dia provocaram enchentes sem precedentes em todos os postos.
O Director-geral do STAE garantiu ao meio da tarde de ontem que se iria prorrogar o encerramento dos postos de recenseamento para além das 16 horas, mas isso não foi suficiente para que a todos os cidadãos fosse assegurado o direito a poderem votar no próximo dia 18 de Abril, porque a informação chegou muito tarde a quem ela realmente poderia ser útil.
Desde as primeiras horas da manhã os postos estiveram repletos de gente. Pode-se dizer, centenas de pessoas. Ao início da tarde, na cidade de Inhambane, eram enormes as bichas de cidadãos, jovens principalmente, que acorriam aos postos de recenseamento para se inscrever. Saiam para as aulas e voltavam na tentativa de se inscreverem, mas o processo era ostensivamente moroso.
A avaliar pelo ritmo em que decorria o processo, tudo indicava que até às 16 horas muitas pessoas estariam ainda por ser recenseadas. E muitas ficaram por se recensear acusando o STAE de estar deliberadamente a entrar em jogos estranhos.
Contactado o director-geral do Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE), Felisberto Naife, este garantiu, em declarações ao Canalmoz, que já dera ordens ao STAE em Inhambane para estender o prazo de recenseamento que estava previsto para terminar às 16 horas.
“Já falei com a directora provincial do STAE e dei orientações para se distribuir senhas aos cidadãos que chegaram aos postos de recenseamento antes de 16 horas de modo a que possam se recensear mesmo depois da hora estipulada para o término”, disse Felisberto Naife ao Canalmoz.
Sobre a presença maciça da Polícia nos locais de recenseamento, onde eram eles a orientar os cidadãos que se dirigiam aos postos para se inscrever, Naife disse desconhecer que tal estivesse a suceder. “Estou a ouvir isto pela primeira vez consigo”, disse o dirigente máximo do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral ao nosso repórter.
A Policia, que a lei obriga a estar a mais de trezentos metros dos postos de recenseamento, estava dentro dos próprios postos. Em vários postos. Há várias provas fotográficas disso. Um violação descarada da Lei. Interferia deliberadamente com o processo e havia inclusivamente nos postos de recenseamento elementos que ninguém sabia o que andavam ali a fazer mas que se dizia serem agentes da Policia à civil. Sentia-se por todo o lado um complot para que o processo não avançasse e os cidadãos desistissem do acto. Várias pessoas se queixaram disso à nossa equipa de Reportagem.
A policia chegou inclusivamente a algemar um jornalista do Canalmoz/Canal de Moçambique, Charles Inácio Baptista (Edwin Hounnou), que, entretanto, foi mantido preso até às 18 horas e só foi libertado devido à intervenção pronta do porta-voz do comando provincial da PRM em Inhambane. A Policia interferiu com a actividade do jornalista e obrigou-o a mostrar o produto do seu trabalho. Apreendeu-lhe a máquina fotográfica, o gravador, o telemóvel e até a viatura.
Na ronda que efectuámos pelos postos os cidadãos acusavam deliberadamente o STAE de estar a obstruir o processo de recenseamento.
Na escola 3 Congresso, no centro da cidade de Inhambane, ao lado da Escola Superior de Hotelaria e Turismo a supervisora chegou mesmo a ordenar à Policia que impedisse a nossa reportagem de fotografar a existência de agentes dentro do posto de recenseamento.
Ficaram por se recensear centenas de pessoas devido ao péssimo funcionamento do sistema do STAE local. (Borges Nhamirre, Fernando Veloso, Edwin Hounnou e Luciano da Conceição)

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