DOIS generais de alto escalão das Forças Armadas britânicas criticaram a estratégia norte-americana para o pós-guerra no Iraque, numa entrevista publicada ontem pelo jornal britânico "Sunday Mirror".
"O plano americano para o pós-guerra era fatalmente errado e muitos de nós percebíamos isso", disse o general Tim Cross, o vice para reconstrução e assistência humanitária da coligação liderada pelos Estados Unidos que invadiu o Iraque.
"Almocei com (o então secretário de Defesa americano) Rumsfeld em Fevereiro de 2003, antes da invasão de Março, e levantei preocupações sobre a necessidade de internacionalizar a reconstrução do Iraque e de trabalhar junto com a ONU", disse general Tim Cross na entrevista.
"Ele não quis ouvir. Os Estados Unidos estavam convencidos de que, após a invasão, o Iraque iria surgir relativamente rápido como uma democracia estável".
No sábado, outro jornal, o "Daily Telegraph" trouxe críticas do chefe do Exército britânico na época da invasão, o general Mike Jackson, que disse que a estratégia americana seria "intelectualmente falida".
Para ele, a declaração de Rumsfeld de que os Estados Unidos "não reconstroem nações" seria "absurda".
"Deveríamos ter mantido as forças de segurança iraquianas nos seus empregos e sob o comando da coligação", disse ele.
O exército iraquiano foi desmembrado, após a invasão americana em 2003.
O Ministério da Defesa britânico disse que os comentários de Jackson, agora aposentado, são apenas opiniões pessoais de um cidadão.
Mas o antigo embaixador americano nas Nações Unidas, John Bolton, disse que as críticas de Jackson seriam "muito equivocadas".
"Não digo que acertamos tudo em Washington, tenho minhas próprias críticas. Mas as dele são muito equivocadas, simplistas, limitadas ao papel que ele desempenhou".
Observadores consideram que as críticas de Jackson devem estremecer ainda mais as relações entre o comando britânico e o americano no Iraque.
Entretanto, o exército americano libertará cerca de 1..500 presos iraquianos durante o mês sagrado muçulmano do Ramadã, que começa próxima semana, anunciou, sábado, o vice-presidente iraquiano, Tareq al-Hashemi.
A libertação dos detidos das prisões administradas por tropas americanas foi conseguida por meio de um acordo assinado entre Hashemi e o comando americano, segundo um comunicado divulgado pelo escritório do vice-presidente iraquiano.
"A cada dia, 50 prisioneiros serão libertados durante o mês do Ramadã", diz a nota, que esclarece que a medida "não tem nada a ver com os 50 réus libertados pelas forças americanas na semana passada".
Segundo o vice-presidente, o exército americano tem cerca de 23 mil retidos nas prisões que administra, entre elas a de Abu Ghraib, a maior de todas, no oeste de Bagdad.
O acordo é assinado um mês depois de Hashemi, que é sunita, e seu colega xiita, o vice-presidente Adel Abdel Mahdi, terem visitado vários presídios.
Fonte:NotíciasPinpoint customers who are looking for what you sell.
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